Se convencer-se de que deve entrar no jogo, vai ter que se expor, ainda que esse não seja o seu desejo.
Por Inaldo SampaioO ex-ministro Joaquim Barbosa ficou surpreso com a quantidade de jornalistas que o aguardavam na porta do PSB, em Brasília, na última quinta-feira, após ser apresentado à direção nacional do partido.
Ele próprio o subestima, não dando importância à mais recente pesquisa do Datafolha em que apareceu com até 10% de intenções de voto para presidente da República. Por isso, a “caçada” aos seus passos se justifica, pois ele é o “fato novo” desta sucessão, pelo menos até agora. Filiou-se ao PSB no último dia do prazo e já na primeira pesquisa em que seu nome foi incluído superou o tucano Geraldo Alckmin, que está em campanha há muito mais tempo.
Natural, portanto, que a nação, através da mídia, queira conhecer o seu pensamento sobre a agenda política e econômica que está na pauta do Congresso: privatizações, concessões, reformas política, tributária e previdenciária, inserção do Brasil no mundo, etc.
O jornal “O Estado de São Paulo” tentou entrevistá-lo sobre esses temas. Mas ele não deu a entrevista alegando que não convenceu sequer a si mesmo de que deve se candidatar. O jornal, para sustentar a pauta, tentou extrair o pensamento político dele através de votos proferidos no STF, mas o resultado foi pífio. Neles há afirmações genéricas que qualquer candidato assumiria, como, por exemplo, “é dever do estado promover o bem estar social”.
A nação deseja saber o que ex-ministro pensa sobre o país e esconder-se da mídia não é a melhor tática. Se convencer-se de que deve entrar no jogo, vai ter que se expor, ainda que esse não seja o seu desejo.