Veja trecho de entrevista ao jornal Folha de São Paulo, neste sábado
O senhor tem sugerindo que o governo deveria elevar a Cide para cobrir o rombo. Por quê?
O argumento contra a Cide é que vai subir a inflação. Chega a ser infantil. Teremos uma inflação de 10% com ou sem Cide. A inflação está em 10% por erros cometidos no passado. No ano que vem, a expectativa é de inflação em 5%.
Com o aumento da Cide, vamos resolver um problema gigantesco, não só nas contas públicas, mas no setor sucroalcooleiro. O setor sucroalcooleiro foi destruído junto com a Petrobras.
A Cide é um imposto que vai na direção correta de proteger o meio ambiente, porque incentiva a substituição de gasolina por álcool. Hoje temos cerca de 80 usinas em estado de calamidade. Se recuperarmos 60% ou 70% delas, vamos ampliar emprego e produção.
O contraponto é dado pelo consultor Bernardo Oliveira, especialista em tributação formado em administração e em ciências contábeis, é diretor-executivo da empresa de consultoria tributária Andersen Tax Brasil.
“Com o poder de compra reduzido pelo aumento dos tributos, haverá queda no consumo, que levará à queda na produção, que gerará desemprego, que resultará em economia estagnada, em uma espiral negativa e constante. Assim, a única coisa que combate com eficiência a queda de arrecadação é o aumento da atividade econômica. E o governo sabe disso. Mas talvez não saiba como fazê-lo. Para tanto, recorre ao procedimento mais fácil, mas não o mais eficaz”.
